segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um olhar sobre alguns resultados eleitorais

Ao ganhar, ontem, as eleições legislativas, o PSD ganhou também uma tremenda responsabilidade. Terá de demonstrar aos portugueses que está à altura de superar as dificuldades nacionais. Será, sem dúvida, uma dura tarefa que exigirá um pulso forte e muita transparência, para que o cidadão comum possa, também ele conscientemente, enfrentar a crua realidade dos dias maus que se avizinham. Para isso, é fundamental que Passos Coelho saiba seleccionar os que, através da sua conhecida e reconhecida experiência, o irão rodear.

O grande derrotado, o PS, terá, agora, tempo para reflectir nos erros que o levaram a tamanha derrota e passar à acção. Sócrates demitiu-se e não irá, nos tempos mais próximos, ocupar qualquer cargo no partido, o que será uma mais-valia para os socialistas e uma porta aberta para o renascer de um grande partido político cuja ideologia e valores reflectem os anseios da maioria da população nacional. É este o partido que terá de saber responder ao desafio, fazendo uma oposição credível, justa e, obviamente, construtiva.

Reflexão é, também, a palavra de ordem para o Bloco de Esquerda, partido que sofreu a segunda maior derrota destas eleições. É tempo de parar para pensar o levou o BE a esta situação. Contrariamente a Sócrates e a Rui Marques, do MEP, Francisco Louçã não tenciona demitir-se. A meu ver, um pouco mais de humildade traria benefícios ao partido. Resta aos militantes a decisão final.

Isabel Alves Teixeira

1 comentário:

Marcos Pereira Pinguinha disse...

Por mero acaso e numa nota de "rodapé no fb", decobri este teu blogue, Isabel... Achei que, apesar dos quase dois meses, do acontecimento, ainda poderia fazer algum sentido esta minha Reflexão.

Ter-se-á a esquerda reduzido aos dois partidos, dessa área, que emagreceram significativamente a sua presença no campo eleitoral? Poder-se-á esquecer a importância, em termos eleitorais da CDU e do PC? Não terão, porventura, sido estas as únicas forças de esquerda a crescer eleitoralmente, aumentando a sua força e importância no hemiciclo e no plano político nacional?

E porque será que sai a esquerda derrotada nestas eleições? A resposta parece simples... às políticas económicas e sociais do governo PS, claramente liberais, ofuscando o nome do Socialismo no meio de uma manta de retalhos de (más) soluções, regra geral transversais a todos os sectores da vida política, económica e social, responsáveis pelo agravamento das condições de vida da esmagadora maioria da população e, claro, espezinhando com força o maior estrato social deste país, e um dos seus esteios eleitorais.

Mas afinal, quem se afunda também com este barco? Todos aqueles que, por gesto irreflectido, agarraram num remo, sem se darem conta, (ou terão dado?)... e mais do que fragilizar a esquerda no seu todo...molharam os próprios pés...

Que poderemos esperar, hoje, dum governo politicamente retrógrado? Que concretize as aspirações de Mais Saúde, Mais Educação, Melhores condições de Vida? Já estamos, dois meses volvidos, a perceber alguns contornos...

Como poderemos fazer oposição? Certamente que não nos podemos situar em considerandos de "comportamentos políticos correctos" permitindo que se destruam todos as virtudes do Estado Social, construídas em cima do esforço e luta de muitas gerações.

A defesa do progresso social já alcançado deve motivar-nos num esforço comum de unidade, sem quaisquer preconceitos. A procura de consensos será sobretudo ao nível da consciência que cada um tiver do papel que representa nesta ação, independentemente da opção partidária eleitoral. Esse concenso coloca seguramente fora do espetro o Governo... ao invés do seu eleitorado...