segunda-feira, 18 de maio de 2009

PROVAS DE AFERIÇÃO DOS 4.º e 6.º ANOS

Associação de Professores de Português considera provas "facilitistas"
18.05.2009 - 16h28 Bárbara Wong


A Associação de Professores de Português (APP) que há algum facilitismo nas provas de aferição dos 4.º e 6.º anos. Em ambas as provas é pedido aos estudantes que escrevam textos e nesses são indicados alguns elementos que os avaliados não devem esquecer, ou seja, indicam-se elementos que são objecto de avaliação, explica Paulo Feytor Pinto, presidente da APP.

As provas são "facilitistas", mas "não é deste ano, é desde sempre", acusa o responsável. Contudo, a APP congratula-se com a diversidade das tipologias textuais apresentadas aos alunos, quer para avaliar a competência de leitura – foram apresentados textos de narrativa, drama, informação-descrição, instruções, índice, artigo de dicionário; quer para avaliar a competência de produção escrita – ao 6.º ano foi pedido um texto expositivo-argumentativo; ao 4.º ano um diálogo ficcionado e um convite formal.

É nestes textos que a APP lamenta a indicação de referências que são objecto de avaliação. Por exemplo, na prova do 4.º ano é pedido para escrever um convite e informar quem é que está a ser convidado. Feytor Pinto defende que se a criança não sabe isso, então desconhece como se redige correctamente um convite. Ou seja, a informação dada pelo teste deveria ser omitida para melhor avaliar as competências dos alunos.

No que diz respeito à gramática, os exercícios são "bastante bons". Há apenas um problema: foi adoptada terminologia que ainda não está generalizada. Os "substantivos" são "nomes", segundo a Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS), que não entrou ainda em vigor. Portanto, os professores não são obrigados a usar "nome", pois nos programas estes continuam a ter a designação de "substantivos". Haverá alunos que terão dificuldade a responder a essas perguntas, diz.

A APP continua a questionar a utilidade das provas de aferição cujos resultados só são conhecidos no ano lectivo seguinte. O presidente pergunta porque não são feitas aferições a outras disciplinas, além de Língua Portuguesa e Matemática. A associação alerta que este tipo de avaliação "condiciona negativamente o processo de ensino e aprendizagem dado que, pela sua própria natureza, não consegue nem nunca conseguirá avaliar a totalidade dos conhecimentos e das competências que fazem parte do programa obrigatório". Além disso, acrescenta Feytor Pinto, os professores podem cair na tentação de, durante um ano inteiro, só prepararem os alunos para responder a estas provas. "É muito pouco", conclui.

domingo, 3 de maio de 2009