segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A crise


A crise é real…era inevitável! Há mais de uma década que os portugueses vivem de olhos vendados, à espera que o milagre aconteça. Até lá…logo se vê! O mito sebastianista está novamente na moda.

Resmunga-se, levantam-se os braços em sinal de desespero…não obstante, para tantos e mais alguns, a crise é esta!


sábado, 30 de julho de 2011

O outro lado do mar




A tarde desce deslumbrante,

sobre o mar de um azul tórrido,

macia e calma, envolvente.

O silêncio ecoa na falésia

que resiste,

ficticiamente persistente,

ao rolar do Tempo…

Lá longe, a linha do horizonte

mantém a firmeza,

mas hoje parece-me próxima,

tão próxima que vislumbro o outro lado do mar,

agora revolto

em ondas sonantes e fortes,

apelativas…


Maria Santos(26/07/11)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Um olhar sobre alguns resultados eleitorais

Ao ganhar, ontem, as eleições legislativas, o PSD ganhou também uma tremenda responsabilidade. Terá de demonstrar aos portugueses que está à altura de superar as dificuldades nacionais. Será, sem dúvida, uma dura tarefa que exigirá um pulso forte e muita transparência, para que o cidadão comum possa, também ele conscientemente, enfrentar a crua realidade dos dias maus que se avizinham. Para isso, é fundamental que Passos Coelho saiba seleccionar os que, através da sua conhecida e reconhecida experiência, o irão rodear.

O grande derrotado, o PS, terá, agora, tempo para reflectir nos erros que o levaram a tamanha derrota e passar à acção. Sócrates demitiu-se e não irá, nos tempos mais próximos, ocupar qualquer cargo no partido, o que será uma mais-valia para os socialistas e uma porta aberta para o renascer de um grande partido político cuja ideologia e valores reflectem os anseios da maioria da população nacional. É este o partido que terá de saber responder ao desafio, fazendo uma oposição credível, justa e, obviamente, construtiva.

Reflexão é, também, a palavra de ordem para o Bloco de Esquerda, partido que sofreu a segunda maior derrota destas eleições. É tempo de parar para pensar o levou o BE a esta situação. Contrariamente a Sócrates e a Rui Marques, do MEP, Francisco Louçã não tenciona demitir-se. A meu ver, um pouco mais de humildade traria benefícios ao partido. Resta aos militantes a decisão final.

Isabel Alves Teixeira

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Escolaridade não é educação

Hoje, ao fim da manhã, estacionei o carro na Cruz de Celas e fui a pé aos HUC. A meio do caminho, cruzei-me com vários jovens (homens e mulheres), que caminhavam em pequenos grupos, com livros debaixo do braço. Vinham, exactamente, dos HUC. Alunos, estagiários…? Não sei, nem isso seria caso para eu ter dado por eles, não fossem duas ou três situações que me fizeram pensar.

O pavimento do passeio da vedação da Escola Martim de Freitas está deteriorado, o que não é de espantar nesta nossa cidade. Ao deparar-me com um grupo de três raparigas que vinham na minha direcção, encostei-me ao gradeamento para que pudessem passar, não fossem elas cair no buraco mesmo no centro do passeio. Mas as damas, que vinham em linha recta, ocupando todo o espaço, continuaram a falar e a rir, avançando a passos largos. A conclusão não se fez esperar: levei um empurrão de tal forma que ainda me dói o ombro. As futuras profissionais, seja do que for, continuaram o seu caminho, sem pedirem desculpa, nem se dignaram olhar para mim.

Na rotunda, os palavrões foram uma constante, provindos das bocas delicadas dos grupos que se seguiram.

Para finalizar, já dentro do espaço dos HUC, um rapazinho passeando os seus livros e cadernos, a uns passos da entrada principal, no sentido descendente, resolveu desatar a cuspir – para não utilizar outra palavra mais adequada, mas também mais enjoativa – em direcção à relva, em andamento, como convém nestas gentes pouco dadas ao uso de lenços. Vinham duas miúdas mais atrás que desataram a rir, olhando para mim, mais propriamente da cara que eu terei feito no momento…

E aqui está a minha aprendizagem de hoje. Como profissional da Educação neste país, andarei a falhar em alguma coisa?

Estas “figuras”, com quem me cruzei hoje, são fruto de aprendizagens. Pelo menos deveriam saber-estar, dada a “elevada escolaridade” que possuem. Mas o que aprenderam estes jovens que lhes sirva para a vida?

O que vai ser deste país daqui a uns anos?

Instante Eterno

Afaga-me o toque acetinado

do canto do rouxinol,

longínquo, quase ausente,

no rosto marejado e quente

daquela tarde tórrida de Verão.

Fecho os olhos num instante eterno

e vislumbro a porta do tempo

escancarada,

solícita,

expectante.

Deixo-me deslizar

pelas fendas das arestas

das janelas do passado longínquo

e vivo momentos antigos

sepultados na memória do tempo.

Maria Santos