sábado, 7 de março de 2009

Ai Magalhães, Magalhães!

Segundo o jornal Expresso de 6 de Março, são mais de 80 os erros de português detectados no orgulho dos nossos governantes, o Magalhães, de entre os quais se salientam os seguintes:




Confrontado com a situação, o Sr. Secretário de Estado, Jorge Pedreira, declarou que "Uma coisa é certa: não é pelo facto de um programa de jogo didáctico ter erros, que isso diminui, em alguma coisa, a utilidade e a importância do projecto do computador Magalhães".
Face ao exposto, que dizer?
A urgência na oferta de computadores a crianças do 1º Ciclo não tem qualquer razão de ser. O facilitismo tem sido, nestes últimos anos, o objectivo primordial do Ministério da Educação. Tudo é meticulosamente pensado com vista aos dados estatísticos. O saber não interessa, a cultura … basta a da batata!
O Magalhães é um exemplo significativo da tentativa de destruição dos poucos hábitos de leitura que as crianças poderiam adquirir. Aliás, começo a acreditar que, tal como no passado, alguém não acha conveniente que os futuros cidadãos activos do país saibam ler. Na realidade, saber ler é ter consciência do mundo, é manter uma ligação estreita com o passado, é poder pensar o presente, é ter capacidade de análise, é ter convicções profundas, é saber dizer NÃO quando é preciso, é ser digno por mérito e por vontade. É, fundamentalmente, ter vergonha de viver nesta mediocridade governada por quem não tem respeito por ninguém.
Quanto ao Magalhães, reflecte a cultura de quem o idolatra.

Entrevista de Alegre ao Expresso