Maria de Lurdes Rodrigues e Isabel
Alçada são dois exemplos elucidativos da falta de desvelo dos nossos
governantes. Para as duas ministras da educação, a Parque Escolar foi uma
mais-valia para os portugueses.
Está claro que o programa de
modernização das escolas excedeu, em larga escala, a estimativa apresentada em
2007. A este propósito, Maria de Lurdes Rodrigues afirmou que “nem sempre a
transparência”, avalizada pela realização de concursos públicos “é convergente
com o interesse público.
Questionada sobre os elevados
custos deste projeto, Isabel Alçada declarou que "O custo da construção
para as 205 escolas foi, em média, 815 euros por metro quadrado e isto compara
bem com o custo de outros países; em média, 1.800 euros por metro quadrado em
França e 2.500 euros em Inglaterra, em programas idênticos". Tudo isto,
para clarificar que se trata de um investimento barato.
O que será barato para esta gente?
Terão as senhoras qualquer noção da realidade do país que ajudaram a
desgovernar?
Só quem não conhece, por dentro,
as manobras acrobáticas que pautaram as políticas educativas levadas a cabo pelo,
então, (des)governo PS, pode dar o benefício da dúvida perante estas e outras
afirmações, mas quem está por dentro do assunto desespera perante tanta leviandade.
É claro que a necessidade de
reabilitação de algumas escolas era premente. Contudo, escolas há que passaram
à margem da bendita reabilitação e em cujas salas de aula a água continua a
cair pelas paredes e tecto, não existe qualquer tipo de aquecimento e os alunos
se veem obrigados a escrever com luvas. Esta é a realidade de uma escola dos 2º
e 3º ciclos e ensino secundário. Outras haverá na mesma situação.
Não obstante, os luxos proliferam
ostensivamente nas obras em curso. Dizem as más-línguas que o sistema energético
de climatização faz subir de forma exponencial a fatura da eletricidade. Não há
dinheiro que sustente tamanho disparate!
E nós pasmamos, impávidos na nossa
serenidade de bonecos articulados!
Uma coisa é certa: um país cujos
ministros apresentam tão elevado grau de iliteracia económica e financeira e um
grau tão baixo de responsabilidade política não é um país, é um caos.