quarta-feira, 11 de abril de 2012

A rosa

A rosa fez História. Chegou, viu e venceu.
A rosa passou a ter maior expressão do que o punho fechado e o Partido Socialista passou a ser vulgarmente designado como o “partido da rosa”.
Sopravam ventos de mudança e o objetivo era a renovação aliada a uma imensa necessidade de atenuar a forte conotação de esquerda que o punho imprimia ao partido.
Estavam lançados os dados e os jogadores tomavam os seus lugares, um após outro, conscientemente…
Há anos que se adivinhava o inevitável. O circo anunciava a nova era do Partido Socialista. Os acrobatas recém-chegados subiam ao palco e executavam, com perfeição, novas formas de equilibrismo. O povo aplaudia, com fervor, as façanhas dos petizes, jovens ávidos de sucesso fácil e costas bem aconchegadas.
Formaram-se jovens em várias áreas do saber político, autênticas licenciaturas em “Salto em trampolim” e cultivou-se, de forma irrepreensível, a arte do bem saber viver. Os socialistas rosa puderam saborear uma das maiores vitórias de sempre…o resto, nós conhecemos, nós experienciámos, nós sentimos na pele.
Quase duas décadas depois, aqui estamos, pobres portugueses, partidariamente desamparados, politicamente enganados, económica e socialmente demolidos. Como tão bem diz Pessoa, falta cumprir-se Portugal.