terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Paremos para pensar

Às vinte horas do dia vinte e três de Janeiro, Portugal parava para ouvir, em directo, o resultado das eleições presidenciais. Os telejornais seguiram, de perto, os candidatos e os comentadores fizeram a análise política do momento.
Quanto aos resultados, não farei comentários, dado que em democracia a vontade de um povo é soberana. Contudo, quanto ao que tive oportunidade de presenciar e de ouvir, quero deixar dois pequenos apontamentos. O primeiro prende-se com o péssimo profissionalismo prestado pelos repórteres/jornalistas que entrevistaram os candidatos. As perguntas como «diga-me lá…?», «e agora como vai ser o seu futuro político?», «só uma coisa, como encara…?», revelaram a falta de preparação dos que, num momento de tamanha importância, mais não fizeram do que atirar perguntas sem nexo para o ar; o segundo diz respeito a uma das mais importantes notícias da noite: milhares de cidadãos não puderam exercer o seu direito de voto por razões burocráticas. Estupefacta, esperei pelo dia seguinte, convicta de que o governo iria responder pronta e responsavelmente pelo sucedido.
Hoje, o ministro da administração interna pediu desculpa aos eleitores que tiveram dificuldades em votar, anunciando a abertura de inquérito.
Afinal, até em dia de eleições presidenciais os cidadãos são maltratados neste país, ao ponto de terem sido impedidos de votar. Sim, porque é disso que se trata, de um impedimento de participarem na eleição do seu Presidente.
Onde é que eu já vi isto? Paremos para pensar…

Isabel Alves Teixeira