A todos os filhos da guerra, vítimas da hipocrisia dos homens
Deambulas na rua escura e densa
entre sombras mascaradas
e perfis imaginários.
Desabafas o teu ódio
apedrejando o silêncio
de estranhos odores,
esvais-te em sonhos perdidos
e amaldiçoas a angústia da tua condição
de farrapo abandonado nas ruínas do tempo.
Cerca-te o orgulho errante
dos predadores do presente
que te amputam a alma cansada
na penumbra da calçada
imunda e gélida.
Choras as tuas origens
sepultadas na imensidão da guerra!
A noite desce soturna e muda
e o eco das balas longínquas já nada te diz.
Vagueias entorpecido na inquietação.
E na pálida imensidão de sentidos
pisas excrementos com sapatos de ilusão.
Maria Santos
2 comentários:
. . . e a cada dia que passa , aumenta o número de filhos da guerra , vítimas da hipocrisia , e . . . da ganância dos homens ( ? ) !
Exelente Isabel.
Para ler e saborear ao som de "War Child" dos The Cranberries
http://www.youtube.com/watch?v=xQwYgi2FBUE
Um tema não falado: os filhos dos filhos da guerra.
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